

OSTEOPOROSE
1- O QUE É OSTEOPOROSE?
É uma doença óssea silenciosa que afeta mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo e caracteriza- se pela diminuição da massa óssea e da qualidade do osso formado, acarretando em fragilidade óssea e eventualmente fraturas, com consequente aumento na morbimortalidade.
2- QUAIS OS SINTOMAS DA OSTEOPOROSE?
Na grande maioria das vezes é uma doença silenciosa (assintomática) mas que pode implicar em fraturas que podem ocorrer sem traumas ou através de mecanismos de baixo impacto (que em um indivíduo que não possui osteoporose não acarretaria em fratura). Muitas destas fraturas podem causar sintomas de dor aguda de forte intensidade gerando incapacidade, hospitalizações com exigência de longo período acamado ocasionando outras complicações como infecções, embolia e até mesmo o óbito como ocorre comumente nos casos de fratura do fêmur. Outras vezes podem surgir danos crônicos como deformidades na coluna vertebral, gerando problemas de postura (cifose dorsal) e dores crônicas
Os locais mais comuns de fraturas por osteoporose são: vértebras (coluna), rádio distal (região do antebraço perto do punho) e o fêmur (região de quadril).
3- COMO DIAGNOSTICAR A OSTEOPOROSE?
Primeiramente é preciso identificar aquelas pessoas de maior risco para a Osteoporose. São elas:
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Mulheres em período pós-menopausa (período em que há importante queda nos níveis hormonais que são responsáveis pela manutenção da massa óssea, em especial o estrógeno).
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Idosos (com o passar dos anos há perda de massa óssea)
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Pessoas da etnia branca ou oriental
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Sedentários
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Pessoas com história prévia de fraturas ou história de fraturas na família
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Fumantes e etilistas
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Indivíduos com dieta pobre em cálcio e derivados: fundamentais no processo de formação óssea.
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Pessoas com imobilização prolongada
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Portadores de doenças inflamatórias crônicas (por exemplo: artrite reumatoide, artrite psoriásica, espondilite anquilosante)
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Usuários crônicos de corticóides
O exame mais adequado para o diagnóstico de Osteoporose é a Densitometria Óssea, que permite avaliar a intensidade da doença, bem como é fundamental para avaliação do risco de apresentar fraturas. Os sítios de avaliação são fêmur, coluna lombar e eventualmente antebraço. O exame tem a função de método de acompanhamento e avaliação de resposta terapêutica. Valores menores de – 2,5 DP caracterizam Osteoporose e já aumentam o risco de fraturas.
Também são realizados exames laboratoriais para avaliação completa do perfil de cálcio e comorbidades associadas, bem como exames de imagem de coluna (para avaliação e rastreio de fraturas osteoporóticas que eventualmente podem ser assintomáticas).
4- QUAL O TRATAMENTO DA OSTEOPOROSE?
Em primeiro lugar, o tratamento consiste em medidas não medicamentosas como:
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Dieta: rica em cálcio como leite (integral/ desnatado/ soja/ cabra), iogurte, queijos, coalhada, requeijão, ostras, sardinha, “verduras escuras” (agrião/ escarola/ couve/ brócolis). Como exemplo de dieta para um adulto, para atingir 1.200 mg, podemos em um dia consumir: 1 copo de leite desnatado com duas fatias de queijo minas pela manhã + 1 iogurte no lanche.
da tarde com 2 porções de requeijão e 1 copo de leite à noite antes de dormir. Alguns alimentos devem ser evitados ou reduzidos: chás escuros, alimentos gordurosos, ricos em sal, refrigerantes e bebida alcoólica.
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Exercícios físicos: devem incluir principalmente as atividades que impõem impacto do esqueleto com o solo pois estimulam a formação óssea como as caminhadas (4x/semana por 40 minutos) além de alongamentos, treino de equilíbrio, coordenação motora e fortalecimento muscular. De preferência, estes exercícios devem ser supervisionados por um educador físico.
O tratamento medicamentoso deverá sempre ser prescrito e orientado pelo médico e baseia- se em:
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Suplementação de cálcio (1.200mg para adultos e 1.500mg para mulheres após a menopausa
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Suplementação de Vitamina D (valores séricos entre 30 e 100 ng/mL para pacientes com Osteoporose). A principal fonte de vitamina D é obtida através da luz solar, sendo necessária uma exposição de cerca de 15 minutos/dia, preferencialmente nos horários da manhã (até às 10h) e à tarde (após as 15h).
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Uso de drogas mais específicas utilizadas para estimular a formação óssea ou para reduzir a reabsorção óssea
Cuidados práticos do dia- dia para evitar fraturas em pacientes portadores de osteoporose:
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Evite calçados de saltos e com solado liso, preferindo sapatos confortáveis com solado antiderrapante.
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Evite caminhar em chãos molhados ou locais pouco iluminados.
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Não deixe sapatos soltos.
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Não deixe objetos espalhados pelo chão.
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Não deixe fios de telefone e televisão expostos ou soltos no chão.
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Corrimão em escadas de ambos os lados.
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Corrimões e barras de apoio próximo à cama, ao vaso sanitário e dentro do boxe do banheiro.
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Quando acordar à noite espere alguns minutos antes de levantar para ir ao banheiro ou tomar água, principalmente se estiver usando remédio que provoque tontura.
Autor: Henrique Latorre
Reumatologista
CRM 8861/RN